quarta-feira, 3 de agosto de 2022

Medicina no Brasil: um naufrágio anunciado!

Os Médicos brasileiros já estão colhendo os frutos gerados durante vários anos de governos que, efetivamente, nunca demonstraram interesse genuíno por um sistema de saúde digno, justo, eficiente e benéfico à população como um todo.

Jamais imaginei que um dia seria testemunha de um momento como este: o desemprego começa a afetar a classe médica nacional!

Em São Paulo (Capital), já não é mais possível encontrar com tanta facilidade vagas de trabalho nas Unidades Básicas de Saúde gerenciadas pelas OSs (Organizações Sociais), que são responsáveis pela intermediação e pela contratação de Médicos. Também sumiram vagas para AMA e outros setores.

Conforme revelaram pesquisas realizadas nos últimos dias, praticamente 100% dos postos de trabalho formal (isto é, vagas CLT) estão preenchidos. Um fato inédito e inimaginável se considerarmos o cenário da mesma época (agosto) de 2015 para efeitos de comparação. Naquele ano havia várias UBSs com vagas disponíveis e era relativamente fácil encontrar trabalho.

Uma possível explicação para esse fenômeno pode residir em aspectos como os salários relativamente atrativos para uma jornada de 40 horas semanais na Estratégia Saúde da Família e empregos com carteira assinada e todos os direitos trabalhistas garantidos. Porém isso por si só não é suficiente para justificar a atual inexistência de oportunidades na área. A verdade é que o mercado de trabalho médico já mostra sinais evidentes de saturação!

Devido às mudanças ocorridas nos últimos anos, com redução de investimentos no setor de saúde e aumento significativo no número de profissionais, os postos de trabalho foram tornando-se paulatinamente mais escassos.

Sem dúvidas, o principal fator que contribui significativamente para o inchaço do mercado de trabalho é o ingresso maciço de novos médicos formados no território nacional. Segundo projeções recentes, em breve serão mais de 35 mil novos egressos de faculdades de Medicina no país anualmente. Entre 2013 e 2022 o número de escolas Médicas no Brasil saltou de 148 para 352. E, se não fosse o TCU - Tribunal de Contas da União, hoje seriam muito mais! O Brasil conta atualmente com mais cursos de Medicina do que países como a Índia e a China, muito mais populosos.

Foi-se o tempo da máxima que afirmava: "não falta emprego para Médico". Agora a situação é bem diferente.

Ingressar em um curso de Medicina já não representa um desafio tão difícil quanto o que ocorria há dez, quinze anos, por exemplo. Há, conforme mencionado em parágrafo anterior, várias instituições oferecendo cursos  - muitos de qualidade questionável, ressalte-se - e vagas em excesso, já não requerendo dos candidatos um esforço intelectual tão expressivo visando à aprovação nos processos seletivos. Para a imensa quantidade de instituições privadas, basta o indivíduo dispor de recursos financeiros suficientes para bancar mensalidades de sete mil reais, oito mil, dez mil ou mais.

Já nas públicas (cuja quantidade também foi incrementada - em menor proporção, porém também com aumento de vagas nos cursos já existentes) tornou-se mais acessível o "sonho" de estudar Medicina. Além do tradicional vestibular, agora há as facilidades advindas do ENEM, que anualmente permite aos candidatos optar por cursos em qualquer instituição do país por meio da participação em uma única prova.

A realidade que se descortina diante de nossos olhos é assustadora e sua tendência é o agravamento. Se na Capital Paulista - historicamente um celeiro de vagas e oportunidades de trabalho - o panorama já é devastador, imaginem o que ocorre nos outros Estados e, principalmente, nos municípios interioranos! Algumas prefeituras somente oferecem vagas via concursos públicos - os quais têm sido menos frequentes, e geralmente com baixos salários. A maior parte das vagas nas Unidades Básicas de Saúde estão preenchidas com pessoal oriundo do "Mais Médicos". O seu substituto, o "Médicos pelo Brasil", ainda não mostrou a que veio. E, por último, tem ocorrido um aumento estrondoso do processo de terceirização e "pejotização": empresas celebrando contratos com as prefeituras para conseguir médicos que atuarão sob o manto da informalidade, sem nenhuma garantia trabalhista e até mesmo quanto ao recebimento de salários, não sendo raros os casos de calotes.

Parece que, tudo indica, estamos chegando ao ocaso da Profissão Médica no Brasil, algo tão desejado por determinados segmentos da sociedade, tais como alguns setores do mercado, integrantes da máquina estatal, simpatizantes de ideologias controversas e representantes de outras categorias profissionais. Todos desejando ardentemente nivelar por baixo a Medicina brasileira e promover sua gradual banalização, com deterioração de salários e condições de trabalho e crescentes desrespeito e desvalorização profissional.

Trata-se realmente de uma conjuntura amplamente desfavorável aos praticantes da Ciência e da Arte Hipocrática nas terras tupiniquins! Os jovens aspirantes à carreira médica no Brasil deveriam reconsiderar com muita cautela seus planos. O prognóstico para a Medicina neste país parece um tanto sombrio.

Dr. Adriano Batista


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